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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Homenagem a Oxossi

Acabei de chegar de Miguel Couto (Sociedade Nossa Senhora das Candeias), onde fui acompanhando minha Yalorixa Mãe Martha, e ao chegar meu coração se entristeceu não por esta no Barracão, mas sim, porque lá não encontrei o amigo e companheiro Pai Geninho, que partiu deste plano no dia primeiro de abril deste ano - que saudade. Parece que ontem mesmo estava lá na nossa casa conversando, rindo, cantando e saudando nossos orixas com muito respeito e amor. Se fosse descrever todas as ocasiões, certamente teria que utilizar páginas e mais páginas, mas jamais esqueceremos a pessoa, o amigo e o companheiro de todas as horas.

Visitando o site de Ya Nitinha - http://www.maenitinha.com.br/ - encontrei uma mensagem da Ya Débora datada de 03/04, que declarou: "Parece inacreditável, até o dia combina: 1º de abril, Gininho morreu!! Quem dera fosse uma pegadinha. Meu Deus! Que baque, que buraco, um buraco que jamais será fechado. Igual a você, Gininho, ninguém. Chato, mimado, dengoso, sensível, implicante, delicado , egoísta, frágil... e além de tudo era D’Oxum.  O candomblé sem dúvida perde um de seus maiores tocadores. Quem o viu tocar, quem o viu cantar sabe o quanto essa perda representa. Fica um sentimento que não se explica, mas que dói tanto... saudade, tristeza, impotência diante de uma situação que não dominamos. Gino, nosso Gino..." ... "Onde quer que você se encontre fique em paz, você no seu jeito Gino de ser nos ensinou muito, vai ser muito difícil ficar sem você. Segue em paz." Obviamente após esta declaração não precisamos de maiores comentários.

E, para encerrar esta singela homenagem nada como a música de Milton Nascimento - Canção da América


Amigo é coisa para se guardar / Debaixo de sete chaves / Dentro do coração / Assim falava a canção que na América ouvi  / Mas quem cantava chorou / Ao ver o seu amigo partir / Mas quem ficou, no pensamento voou / Com seu canto que o outro lembrou / E quem voou, no pensamento ficou / Com a lembrança que o outro cantou / Amigo é coisa para se guardar / No lado esquerdo do peito/ Mesmo que o tempo e a distância digam "não" / Mesmo esquecendo a canção / O que importa é ouvir / A voz que vem do coração / Pois seja o que vier, venha o que vier / Qualquer dia, amigo, eu volto / A te encontrar / Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.

E, como diz a canção a gente vai se encontrar. Saudades.

Missa de Oxossi

Marcia de Iansã
 Hoje, conforme já postei aqui é a Missa de Oxossi e todos os Axés estão em festa. E, para comemorar este dia tão especial a nossa irmã Marcia de Iansã esta na Casa Branca do Engenho Velho representando nosso Ilê. 

Muito axé para todos e que Oxossi possa coroar todos com muita fartura, afinal é o Rei de Kètu, orixá caçador, ligado às florestas e à terra virgem e por isso protector dos animais que nelas moram. Representa a fartura duma caça sortuda, duma mesa bem cheia.

domingo, 26 de maio de 2013

Missa de Oxossi - Casa Branca do Engenho Velho



No dia 30 de maio proximo, quinta-feira, tem festa para Oxóssi nos terreiros Casa Branca, Gantois e Opô Afonjá.
Estas três casas que tem uma parte da sua história relacionada- Gantois e Afonjá foram fundados por sacerdotisas e sacerdotes ligados à Casa Branca, considerado o mais antigo terreiro de nação ketu do Brasil- iniciam seu calendário litúrgico anual com esta festa.

Não se tem um consenso sobre o porquê da festa de Oxóssi destas Casas acontecer no Dia de Corpus Christi.

Para alguns estudiosos, a solenidade da data dava uma certa liberdade aos escravos (o candomblé é originado de cultos africanos)  o que lhes permitia, junto aos libertos, fazer uma grande festa.

Em Corpus Christi, os católicos celebram a presença de Jesus na hóstia consagrada, daí o nome da festa que, traduzindo para o português é o dia do “Corpo de Cristo”.

Esta é a única ocasião do ano em que a Eucaristia, outro nome da hóstia consagrada, sai às ruas em procissão. Para os católicos Jesus segue ali no ostensório- aquele objeto que tem ornamentação final que lembra os raios do sol (Jesus é o sol da humanidade para os católicos). Um dos dogmas da Igreja é exatamente o de que ao ser consagrados pelas palavras e imposição das mãos do padre durante a  missa o pão (a hóstia) se torna o corpo de Jesus e o vinho o seu próprio sangue.

Casa Branca do Engenho Velho, Sociedade São Jorge do Engenho Velho ou Ilê Axé Iyá Nassô Oká é considerada a primeira casa de candomblé aberta em Salvador, Bahia.

No período da escravidão no Brasil, os negros formavam suas comunidades nos engenhos de cana. Na Bahia, princesas, na condição de escravas, vindas de Oyó e Keto, fundaram um centro num engenho de cana. Depois se agruparam num local denominado Barroquinha, onde fundaram uma comunidade de Nagô Ilè Asé Airá Intilè também conhecida como Candomblé da Barroquinha, que segundo historiadores, remonta mais ou menos 300 anos de existência, dentro do perímetro urbano de Salvador.

Sabe-se que esta comunidade fora fundada por três negras africanas cujos nomes são: Adetá ou Iyá Detá, Iyá Kalá, Iyá Nassô e Babá Assiká, Bangboshê Obitikô. Não se tem certeza de quem plantou o Axé, porém o Engenho Velho se chama Ilé Iya Nassô Oká.

E, dando continuidade a tradição o Ile Ala Casa de Oxalá e Oxum, se faz representar através de seus filhos que foram para Salvador participar das festidades. 

O texto foi reproduzido com base nas informações constantes do site: http://www.geledes.org.br/patrimonio-cultural/artistico-esportivo/manifestacoes-culturais/2586-casa-branca-do-engenho-velho

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Memórias que não se apagam II

Dando continuidade ao tema memórias que não se apagam e depois de vasculhar o meu bau encontrei esta foto da minha inesquecível amiga Marcinha e não menos inesquecível Sr. Alvaro. A foto foi tirada na festa de fim de ano dos anos oitenta, não me lembro o ano exatamente, na casa de Mãe Martha de Oxaguian.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Memórias que não se apagam


Um Anônimo disse... "A Casa de Oxalá e Oxum, nasceu na década de 80 fruto do esforço e dedicação de 3 mulheres afro-cariocas e 1 homem afro-amazonense. D. Yvone de Xango, Marcinha da Oxum e Marta de Oxaguiã, atual yalorixá e Seu Alvaro de Oxoce; no prelo "Memórias de Dona Yvone de Xango, contos e histórias. Publicação e lançamento próximo. São relatos e depoimentos que fortalecem e exemplificam a gana, coragem e ternura da tragetória destes cometas luminosos. Dona Yvone, Marcinha e Seu Álvaro."  E, é a mais pura verdade e como tal não poderia deixar de postar o comentario.




domingo, 19 de maio de 2013

A Homenagem aos Caboblos



 Ontem, conforme noticiei aqui, levamos a efeito a homenagem aos caboclos e, como sempre foi tudo realizado com muito amor e fé. Lá estiveram vários amigos e filhos da casa que interagiram para que as homenagens se realizassem de forma positiva. Desejamos que nossos caboclos nos tragam muita saúde, paz e amor. E, que nossa Yalorixá tenha muita saúde para conduzir e orientar nossos caminhhos. Salve os Caboclos.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Sabado, dia 18 de maio o Ilê Ala Casa de Oxalá e Oxum estará homenageando os caboclos, quando será servido um belo almoço.


Conta a história que o primeiro contato entre índios e portugueses em 1500 foi de muita estranheza para ambas as partes. As duas culturas eram muito diferentes e pertenciam a mundos completamente distintos. Sabemos muito sobre os índios que viviam naquela época, graças a Carta de Pero Vaz de Caminha (escrivão da expedição de Pedro Álvares Cabral ) e também aos documentos deixados pelos padres jesuítas.

Os indígenas que habitavam o Brasil em 1500 viviam da caça, da pesca e da agricultura de milho, amendoim, feijão, abóbora, bata-doce e principalmente mandioca. Esta agricultura era praticada de forma bem rudimentar, pois utilizavam a técnica da coivara (derrubada de mata e queimada para limpar o solo para o plantio).

Os índios domesticavam animais de pequeno porte como, por exemplo, porco do mato e capivara. Não conheciam o cavalo, o boi e a galinha. Na Carta de Caminha é relatado que os índios se espantaram ao entrar em contato pela primeira vez com uma galinha.
As tribos indígenas possuíam uma relação baseada em regras sociais, políticas e religiosas. O contato entre as tribos acontecia em momentos de guerras, casamentos, cerimônias de enterro e também no momento de estabelecer alianças contra um inimigo comum.

Os índios faziam objetos utilizando as matérias-primas da natureza. Vale lembrar que índio respeita muito o meio ambiente, retirando dele somente o necessário para a sua sobrevivência. Desta madeira, construíam canoas, arcos e flechas e suas habitações (oca). A palha era utilizada para fazer cestos, esteiras, redes e outros objetos. A cerâmica também era muito utilizada para fazer potes, panelas e utensílios domésticos em geral. Penas e peles de animais serviam para fazer roupas ou enfeites para as cerimônias das tribos. O urucum era muito usado fazer pinturas no corpo.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Historia da Abolição da Escravatura no Brasil - 2a. Parte





Abolição da Escravatura no Brasil

A Lei Áurea foi assinada pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1988. A lei marcou a extinção da escravidão no Brasil, o que levou à libertação de 750 mil escravos, a maioria deles trazidos da África pelos portugueses.

A assinatura da lei foi conseqüência de um longo processo de disputas. Logo antes da elaboração do deputado conservador João Alfredo, muitas manifestações pedindo a libertação dos escravos já ocupavam as ruas, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro.

 Na verdade, os escravos já estavam mobilizados em torno desta causa havia muitos anos. Um dos primeiros ícones da luta pela libertação dos escravos, considerado o mais importante até hoje, foi o movimento do Quilombo dos Palmares, liderado por Zumbi dos Palmares.

Escravos fugidos ou raptados de senzalas eram levados para o território, que chegou a ter 200 quilômetros de largura, em um terreno que hoje corresponde ao estado de Alagoas, parte de Sergipe e de Pernambuco. O movimento, iniciado por volta de 1590, só foi derrotado
cerca de 100 anos depois, em 1694.

Um ano depois, Zumbi, traído por um homem de sua confiança, foi assassinado. A data de sua morte, 20 de novembro, é muito comemorada pelo movimento negro e foi oficializada como o Dia Nacional de Denúncia contra o racismo.

 Mas o começo da liberdade ainda demoraria para acontecer

Os primeiros passos, antes da Lei Áurea, foram a Lei do Ventre Livre (1871) e a Lei dos Sexagenários (1884). A primeira estabelecia que os filhos de escravos ficavam sob os cuidados do senhor de suas mães até 8 anos. Depois, o senhor poderia libertá-los e receber indenização ou usar seus trabalhos até os 21 anos, depois eles estariam livres. A segunda dizia que os escravos estariam livres quando completassem 60 anos. Mas antes da liberdade total, deveriam trabalhar 5 anos de graça como indenização aos senhores pelos gastos com a compra deles.

Só então é que veio a Lei Áurea. Mas mesmo depois da lei, os ex-escravos batalharam bastante para sobreviver, porque não tinham emprego, nem terras, nem nada. Muitos deles arranjaram empregos que pagavam pouco porque era tudo que os brancos lhes ofereciam. Os movimentos de consciência negra surgem como forma de protestar contra esta desigualdade social e contra o preconceito racial. Hoje, 13 de maio é o Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo.

É compromisso de todo mundo lutar por um mundo mais justo, e está incluída aí a justiça racial. Todos os seres humanos merecem respeito carinho ou atenção, independentemente da cor da sua pele. Isto significa que você deve tratar bem todos os seus colegas e seus conhecidos, não importa se ele é branco, negro ou oriental.

Fonte:br.geocities.com . www.escolavesper.com.br - Portal de São Francisco
 

 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

História da Abolição da Escravatura no Brasil

Em 13 de maio de 1888, o governo imperial rende-se às pressões, e a princesa Isabel assina a Lei Áurea, que extingue a escravidão no Brasil. A decisão desagrada aos fazendeiros, que exigem indenizações pela perda de seus "bens". Como não as conseguem, aderem ao movimento republicano como forma de pressão. Ao abandonar o regime escravista e os proprietários de escravos, o Império perde a última coluna de sustentação política. O fim da escravatura, porém, não melhora a condição social e econômica dos ex-escravos. Sem formação escolar nem profissão definida, para a maioria deles a simples emancipação jurídica não muda sua condição subalterna, muito menos ajuda a promover sua cidadania ou ascensão social. 

No período da escravidão no Brasil, os negros formavam suas comunidades nos engenhos de cana. Na Bahia, princesas, na condição de escravas, vindas de Oyó e Keto, fundaram um centro num engenho de cana. Depois se agruparam na Barroquinha em Salvador, onde fundaram uma comunidade de Nagô , que segundo historiadores, remonta mais ou menos 300 anos de existência. Sabe-se que esta comunidade fora fundada por três negras africanas cujos nomes são: Adetá ou Iya Detá, Iya Kalá e Iya Nassô . Não se tem certeza de quem plantou o Axé , porém o Engenho Velho se chama Ilé Iya Nassô Oká . O Ilé Iya Nassô funcionava numa Roça na Barroquinha, dentro do perímetro urbano de Salvador. 

Seguindo a tradição, o axé Ile Ala Casa de Oxala e Oxum, através de sua Yalorixa Mãe Martha de Oxaguian, assistente social e historiadora vem lutando para preservar as raízes dos seus antepassados com bravura e desprendimento. E, hoje dia destinado a abolição da escravatura no Brasil, não posso deixar de prestar esta singela homenagem de solidariedade, respeito e afeto pelo nosso Axé.