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quinta-feira, 6 de junho de 2013

Minha história com o Axé

Salvador
Dando continuidade a história do Axé, hoje venho falar um pouco de mim. Na minha bagagem espiritual posso acrescentar que inicialmente freguentava uma casa desde os meus quatorze anos, onde, em julho de 1978 me iniciei no candomblé de Keto, tendo como orixá de frente Yemanjá. 

 Minha história com o Ile Ala, começa nos idos de 1984/85 através da minha inesquecível amiga  Marcinha.

Recordo-me como se fosse hoje o seu chá de panela onde estive e tive a oportunidade de conhecer Mãe Martha, muito elegante e centrada. Era um feriado e saimos para comprar filme para máquina fotografica, foi uma tarde de muita alegria e descontração. 

Na mesma época, também, conheci Mãe Ivone senhora arrojada, sincera e, acima de tudo, guerreira e nosso vinculo espiritual foi ficando cada vez mais próximo. 

No inicio de janeiro de 1986, ao patrocinar uma causa trabalhista, ouvia sempre Mãe Ivone aclamar Xango. Um dia perguntei: a Senhora é do Santo? E, ela, com aquela simpatia que lhe era peculiar, me respondeu: Martha é Yalorixa e naquele mesmo mês e ano ingressei no Ile Ala Casa de Oxalá e Oxum. 

Pois é, trancorreu vinte e sete anos os quais tive a oportunidade de acompanhar cada tijolo assentado e o verdadeiro amor ao Axé, tendo como mentoras: Mãe Ivone, Marcinha de Oxum e a Yalorixa Martha d'Oxoguiã

Com efeito, eu era uma pessoa muito ocupada, advogada militante, tinha obrigações profissionais inadiáveis, viaja muito e somando-se a isto, ainda, participava de concursos para Juiz do Trabalho, acrescentando a minha agenda mais atribuições do que podia imaginar, mais era jovem e tentava conciliar o meu tempo da melhor forma possível. E, quando sobrava um tempinho estava eu lá no Axé, buscando energia e sabedoria para dar continuidade as minha atividades profissionais.

Com o passar o tempo, e chegando a uma certa idade passamos a organizar nosso tempo na sua verdadeira proporção e com isto passamos a valorizar, também, o que somos e o que podemos ser sem medo de errar. 

E, após uma desilução, finalmente, em setembro de 2008, reencontrei o caminho do Orixá, de forma plena e participativa, tendo, inclusive, sendo contempla por Oxalá com o Cargo de Yaefun do Axé, função esta que procuro exercer com muita responsabilidade e respeito.

E, finalmente, e após longo anos, minha mãe Yemanjá teve sua gloriosa festa de sete anos, que ocorreu em 12 de janeiro de 2013.

Sei que entre minha iniciação no camdomblé e a obrigação de sete anos, transcorreram muitos anos, mais acredito, que tudo tem o seu tempo e sua hora para acontecer.

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