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sexta-feira, 14 de junho de 2013

Ekedi Sinha da Casa Branca

 

Encontrei este video da Ekedi Sinha, que tem como função zelar, acompanhar, dançar e cuidar do terreiro e do Orixá do terreiro da Casa Branca, em Salvador, participa do Conselho Estadual de Recursos Hídricos da Bahia. Para ela, "quando a gente respeita, a gente ama. E quando a gente ama, a gente cuida". Sabias palavras.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Hoje é dia de Santo Antonio



Santo Antônio nasceu em Lisboa, Portugal, e desencarnou em Pádua, na Itália. Foi discípulo de São Francisco, e como ele, se desfez de todos os seus bens e viveu para ajudar aos pobres e desamparados.

Seu nome na verdade, era Fernando, mas ao entrar na Ordem dos Franciscanos, em 1208, trocou seu nome para Antônio (que significa “Defensor da Verdade”) e deixando as coisas mundanas, foi viver no mosteiro de São Vicente. Desencarnou precocemente, aos 39 anos, devido às privações e jejuns prolongados. Sempre defendeu a igualdade de todos e defendia os desamparados, lutando pela igualdade de todos.

Cada um dos 16 orixás - as entidades cultuadas no candomblé e na umbanda - corresponde a um ou mais santos católicos. Dá para explicar essa ligação contando um pouco da história do período colonial no Brasil. Naquela época chegaram ao país os primeiros africanos de origem ioruba, um povo que ocupava a região onde hoje ficam Nigéria, Benin e Togo. A religião dos iorubas era o candomblé, mas eles aportaram no Brasil como escravos e não podiam cultuar suas divindades livremente – como se sabe, a religião oficial do país era (e é) o catolicismo. Por causa dessa proibição, os escravos começaram a associar suas divindades com os santos católicos para exercerem sua fé disfarçadamente.

Assim como o candomblé, a umbanda também cultua os orixás. Mas os umbandistas representam essas divindades com imagens diferentes, além de cultuarem outros três espíritos, o preto-velho, o caboclo e a pomba-gira. Nenhum deles aparece no candomblé.

Para a umbanda e o candomblé, Ogum é o orixá da guerra, capaz de abrir caminhos na vida. Por isso, costuma ser identificado com Santo Antônio, o "santo casamenteiro", ou com São Jorge, santo guerreiro que é representado matando um dragão.

Quando no Brasil, os escravos foram obrigados a professar a religião católica, dedicavam o culto a Santo Antônio, acendendo grandes fogueiras. Como na crença africana, o dono do fogo é Exu, Santo Antônio tornou-se o agente de Exu e esta crença foi absorvida pela Umbanda, que se chama Santo Antônio de Pemba ou de Ouro Fino, e rendemos nossas homenagens a ele, com a crença que é o mensageiro das palavras do Bem e de Jesus, e o agente das forças mágicas da Umbanda desamarrando as demandas, nos trabalhos de desobssessão, protegendo as pessoas dos espíritos malignos e também trazendo de volta o que estava perdido. A ele dirigimos nossas preces, acreditando que ele auxilia no destino dos encarnados, ao lado destas entidades amigas que tanto nos ajudam que são os Exus da Umbanda.

Segundo a história na Bahia Santo Antonio representa o Orixá Ogun.

Salve, salve Santo Antonio.


quinta-feira, 6 de junho de 2013

Minha história com o Axé

Salvador
Dando continuidade a história do Axé, hoje venho falar um pouco de mim. Na minha bagagem espiritual posso acrescentar que inicialmente freguentava uma casa desde os meus quatorze anos, onde, em julho de 1978 me iniciei no candomblé de Keto, tendo como orixá de frente Yemanjá. 

 Minha história com o Ile Ala, começa nos idos de 1984/85 através da minha inesquecível amiga  Marcinha.

Recordo-me como se fosse hoje o seu chá de panela onde estive e tive a oportunidade de conhecer Mãe Martha, muito elegante e centrada. Era um feriado e saimos para comprar filme para máquina fotografica, foi uma tarde de muita alegria e descontração. 

Na mesma época, também, conheci Mãe Ivone senhora arrojada, sincera e, acima de tudo, guerreira e nosso vinculo espiritual foi ficando cada vez mais próximo. 

No inicio de janeiro de 1986, ao patrocinar uma causa trabalhista, ouvia sempre Mãe Ivone aclamar Xango. Um dia perguntei: a Senhora é do Santo? E, ela, com aquela simpatia que lhe era peculiar, me respondeu: Martha é Yalorixa e naquele mesmo mês e ano ingressei no Ile Ala Casa de Oxalá e Oxum. 

Pois é, trancorreu vinte e sete anos os quais tive a oportunidade de acompanhar cada tijolo assentado e o verdadeiro amor ao Axé, tendo como mentoras: Mãe Ivone, Marcinha de Oxum e a Yalorixa Martha d'Oxoguiã

Com efeito, eu era uma pessoa muito ocupada, advogada militante, tinha obrigações profissionais inadiáveis, viaja muito e somando-se a isto, ainda, participava de concursos para Juiz do Trabalho, acrescentando a minha agenda mais atribuições do que podia imaginar, mais era jovem e tentava conciliar o meu tempo da melhor forma possível. E, quando sobrava um tempinho estava eu lá no Axé, buscando energia e sabedoria para dar continuidade as minha atividades profissionais.

Com o passar o tempo, e chegando a uma certa idade passamos a organizar nosso tempo na sua verdadeira proporção e com isto passamos a valorizar, também, o que somos e o que podemos ser sem medo de errar. 

E, após uma desilução, finalmente, em setembro de 2008, reencontrei o caminho do Orixá, de forma plena e participativa, tendo, inclusive, sendo contempla por Oxalá com o Cargo de Yaefun do Axé, função esta que procuro exercer com muita responsabilidade e respeito.

E, finalmente, e após longo anos, minha mãe Yemanjá teve sua gloriosa festa de sete anos, que ocorreu em 12 de janeiro de 2013.

Sei que entre minha iniciação no camdomblé e a obrigação de sete anos, transcorreram muitos anos, mais acredito, que tudo tem o seu tempo e sua hora para acontecer.