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domingo, 30 de julho de 2017

FESTA DE AYRÁ


Mãe Ivone
No dia 29 de julho, o Ilê Ala Casa de Oxalá e Oxum homenageou meu Pai Ayrá, foram momentos de grandes realizações e alegrias para os nossos corações. E, como não podia deixar de ser, as lembranças e gratidão tomaram nossos corações pela nossa Matriarca Mãe Ivone de Ayrá, que tenho certeza aonde estiver está mandando suas bênçãos sobre nós.

Segundo o entendimento o Candomblé é uma religião que imprime mistério e beleza. A galhardia traduz-se em cânticos, ritmos, vozes, danças, perfumes, indumentárias, adereços, gestos, corpos, sincronias, silêncio…  Os deuses tocam a alma e o corpo da gente. E, uma cantiga de Ayra traduz que "A chuva de Airá apenas limpa e faz barulho como um tambor".

E, não poderia deixar de registrar um agradecimento especial a nossa Yalorixá Mãe Martha de Oxoguian, que sempre seguiu com sabedoria os ensinamentos da nossa cultura, a nossa Yaquequere Márcia de Iansã, Ekedi Rosana e todos os filhos e amigos do nosso axé. 











domingo, 4 de junho de 2017

HOMENAGEM A OBARÁ


No dia 06/06, muitos fazem suas reverências a OBARÁ.   

E, como de costume o Ile Ala Casa de Oxalá e Oxum antecipando a data homenageou este Odu que traz a SAÚDE, RIQUEZA, PROSPERIDADE, AMOR, SUCESSO E VITÓRIA.

Vale a pena lembrarmos o grande ensinamento deste Odu.

Conta a Lenda da Riqueza de Obará, que os odus eram dezesseis irmãos: Okaram, Megioko, Etaogunda, Yorossum, Oxé, Odi, Ejioenile, Ossá, Ofum, Owarin, Ejilaxebora, Ejilobon, Iká, Obetagundá, Aláfia e Obará. Entre todos Odu, Obará era o mais pobre, vivendo em uma casinha de palha no meio da floresta, com sua vida humilde e simples.

Um dia os irmãos foram fazer a visita anual ao babalaô para fazer suas consultas. Ao chegarem lá, prontamente o babalaô os questionou. "Onde está o irmão mais pobre? Os outros lhe disseram que ele não poderia comparecer, mas na verdade eles tinham vergonha do irmão pobre. Como era de costume, o babalaô presenteou a cada irmão com uma lembrança, simples, mas dada de coração. Após a consulta foram todos a caminho de casa e, enquanto caminhavam, maldiziam o presente dado pelo babalaô. "Morangas? Isso é presente que se dê? Abóboras?".

A noite se aproximava e a casa de Obará estava perto. Resolveram então passar a noite lá. Chegando à casa do irmão, todos entraram e foram muito bem recebidos. Obará pediu à sua esposa que preparasse comida e servisse bebida a todos, que acabaram com tudo o que havia para comer na casa. Ao raiar o dia, os irmãos foram embora sem agradecer, mas antes lhe deixaram as abóboras como presentes, pois se negavam a comê-las.

Na hora do almoço, a esposa de Obará lhe disse que não havia mais nada o que comer, apenas as abóboras que não estavam boas, mas Obará pediu-lhe que as fizesse assim mesmo. Quando abriram as abóboras, dentro delas haviam várias riquezas em ouro e pedras preciosas e Obará prosperou.

Tempos depois, os irmãos de Obará passavam por períodos de miséria e foram ao Babalaô tentar resolver a situação. Ao chegar lá escutaram a multidão saudando um príncipe que entrava na cidade em seu cavalo branco com muitos servos em sua comitiva. Quando olharam para o príncipe perceberam que era seu irmão Obará e perguntaram ao Babalaô como poderia ser possível aquilo. "Lembram-se das abóboras que ganharam? Dentro haviam riquezas em pedras e ouro. Mas a vaidade e orgulho não vos deixaram perceber o grande valor contido no que tinham nas mãos. Cegos pela ganância, desperdiçaram as oportunidades e caíram na miséria sem nenhuma alternativa para sair dela.

Foram então os irmãos ao palácio de Obará para tentar recuperar as abóboras e lá chegando, disseram a Obará que lhes devolvessem. Obará assim o fez, mas antes esvaziou todas. "Eis aqui meus irmãos, as abóboras que me deram para comer, agora são vocês que as comerão". A Obará, o Babalaô disse que enquanto não revelasse o que tem, sempre terá. E assim se explica o motivo que quem carrega este Odu não pode ostentar, usar de soberba e arrogância, revelando o que tem, pois corre o risco de perder tudo, como aconteceu com os irmãos de Obará.







terça-feira, 9 de maio de 2017

LENDA DE OSHÉ




LENDA DE OSHÉ



       No dia 05 de maio, como ocorre anualmente, a Casa de Oxalá e Oxum homenageou a divindade Oshé.

          Oshé foi gerado de cinco espelhos e um pano muito alvo, portanto sem pecado original.

          Conta a lenda que em uma noite de Lua cheia Oshun, banhava-se no rio e espalhou ao seu redor, dentro da água seus cinco espelhos, seu reflexo nos seus espelhos, mais o reflexo da água e o reflexo das suas roupas tão alvas misturado com os raios do luar deu origem a Oshé.

          Assim sendo podemos dizer que este Odu é o reflexo de um reflexo, ou seja, nada existe de real ou concreto, pôr este motivo Oshé rege os sentimentos, principalmente o amor, lembre-se você ama sem poder explicar o que sente você ama mesmo sem a pessoa amada, você ama sem poder segurar este sentimento em suas mãos.



Após as homenagens à Oshé nos dia 06 e 07, o Ilê Alá recebeu a visita do grupo Sambas e Dissembas.

O grupo é formado por mulheres negras, que além de trabalhar a memória afrobrasileira tem o objetivo de ouvir, registrar e refletir sobre a memória negra a partir do grupo cultural Afoxé Ilê Alá.

Compõem o grupo a historiadora Carolina Maíra Morais, a cineasta Aline Lourena, a jornalista Maitê Freitas e a fotógrafa Safira Moreira, para realizar oficinas de vídeo, fotografia e elaboração de projeto cultural.

Foram momentos únicos e gratificantes, onde todos à sua maneira demonstraram a força que se une em torno do sagrado, através de recordações e da musica que traduz o som, que é o condutor do Axé do Orixá que são sinfonias africanas sem partitura, porque a música no Candomblé é considerada uma linguagem privilegiada no diálogo dos Orixás, em que o toque pode ser entendido como um chamado ou uma prece.






sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Feliz Aniversário Mãe Martha





Mãe Martha

A vida lhe escolheu para ser um exemplo de força. A sua história de superação e vitória é uma inspiração para todos nós que convivemos com você, mais de perto ou mais de longe. Você consegue transformar cada dia da sua vida em um presente, em uma dádiva, e nos faz perceber quão valiosa é a oportunidade de acordar a cada novo dia.


Eu admiro você pela pessoa maravilhosa que é, pelo seu brilho, mesmo nos momentos mais difíceis. Há pessoas que apenas vivem o dia a dia, você não! Você sabe por tudo o que já passou o real valor da vida. É uma guerreira, uma vitoriosa, e vive cada dia como se fosse único, por isso faz toda a diferença no mundo. Você merece toda a admiração dos seus amigos, filhos e familiares. 



Neste dia especial, desejo do fundo do meu coração, que você nunca perca este brilho nos olhos, e que tenha muitos e muitos momentos felizes, de paz, muita saúde e amor. Muitas felicidades e parabéns de verdade pela sua grande vida!



Com carinho e afeto sua filha de Yemanjá – Jane Maria



quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Lançamento e Batizado do Bloco Ile Ala Casa de Oxalá e Oxum





Em setembro deste ano foi lançado o Bloco de Afoxé Ilê Ala Casa de Oxalá e Oxum, cujo objetivo é a expressão artística levando em suas músicas mensagens de paz, harmonia e integração entre os povos, levantando essencialmente a luta contra o racismo pela valorização da identidade negra. Caracterizando-se não só pelo espetáculo apresentado nas ruas mais também pela promoção de ações educativas e de formação profissional para além da folia. e, tendo como objetivo principal o de mostrar a situação do negro no país e, dessa maneira, conscientizar para a realidade que vivem dentro de uma sociedade movida pela intolerância, seja religiosa, seja racial. E, para coroar esta iniciativa o Bloco de Afoxé Filhos de Gandhy no dia 17 de outubro batizou o nosso Bloco.

Na ocasião do batizado  Gilmar Simpatia defendeu com louvor a musica Presente aos Orixás de sua autoria e Hino Ile Ala de autoria de Luiz Guerreiro e Roseli Cruz, logo que puder vou disponibilizar o vídeo.














quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Epa, Baba! Salve 23 de setembro



Ontem foi aniversário de nossa Yalorixa Mãe Martha, e como não poderia deixar de ser foi comemorado a vida, o amor e, acima de tudo a união de uma família imbuída da busca das raízes espirituais que norteiam o candomblé. Em toda minha trajetória dentro do Ilê Ala Casa de Oxalá e Oxum, tive como orientação de Mãe Martha o princípio de que um pão com um pedaço faz um pão e meio, o que se significa uma simples conclusão que sempre haverá um pão para comermos. E, por isto todos nós, integrantes do Axé rogamos sempre aos nossos orixás que dê vida e saúde a nossa Yalorixa por tudo que ela representa e faz. Então que venham muitos 23 de setembro e um inicio da primavera.  Epa, Baba! Salve Oxalá e todos os orixas!